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É durante a revoada que os pares se formam.

O Cryptotermes brevis, é chamado popularmente de cupim de madeira seca.

Estes cupins são sensíveis à umidade.

Dificilmente cupins desta espécie são encontrados em árvores.

Uma colônia de C. brevis cresce lentamente.

As fezes se acumulam, assim, logo abaixo do orifício de eliminação, ao longo da peça atacada.

O seu ataque encontra-se em expansão no Brasil.

As fezes apresentam o formato de pequenos grânulos ovalados.

Suas revoadas são geralmente noturnas.

Provavelmente originado da Jamaica, este cupim vêm se espalhando, através de navios, para o resto do mundo.

sábado, 2 de novembro de 2013

Classificação e Descrição do Cupins de Madeira Seca.

Os cupins de madeira seca são cupins que vivem em madeiras com relativamente baixo teor de umidade. 

Eles não necessitam ter contato com o solo ou com outra fonte de umidade. A própria madeira e o ambiente em que vivem provêem a umidade que necessitam para sobreviver. 

Por viverem dentro da madeira seca, eles são frequentemente transportados de um local a outro em móveis infestados, caixas ou "containers" de madeira, estrados de madeira, molduras de quadros, etc. 

Classificação

O cupim de madeira seca economicamente mais importante no Brasil é o Cryptotermes brevis. Existem 8 espécies do gênero Cryptotermes no continente americano.

Ordem: Isoptera 

Família: Kalotermitidae 

Gênero: Cryptotermes

Espécie: Cryptotermes brevis (Walker, 1853)




Descrição
O Cryptotermes brevis, chamado popularmente de cupim de madeira seca, é um cupim que encontra-se normalmente restrito à peça atacada. 

Ele não tem capacidade de passar de uma madeira infestada para outra a não ser que efetivamente exista um ponto de contato entre ambas as madeiras. Nestes casos, a colônia pode se estender e infestar todo o madeiramento em contato.


Assim, o tamanho da colônia é proporcional ao tamanho da peça atacada, já que encontra-se restrito a ela. Por este motivo, os cupins de madeira seca normalmente apresentam colônias pequenas, com cerca de 300 indivíduos a poucos milhares. Uma colônia de cupim de madeira seca pode chegar a ter 3000 indivíduos após 15 anos.




O pequeno tamanho da colônia é, entretanto, compensado pelo grande número de colônias que podem ser encontradas em uma determinada estrutura. Por estarem protegidos de predadores durante a revoada (que podem ocorrer dentro da própria estrutura), não dependerem de contato com o solo e sobreviverem em madeiras com pouca umidade, muitos alados podem sobreviver por ocasião da revoada e formar novas colônias. Assim, podem haver centenas de colônias convivendo no mesmo ambiente.



O seu ataque encontra-se em expansão no Brasil, onde acredita-se tenha sido introduzido através de importação de estruturas de madeira infestadas. Provavelmente originado da Jamaica, este cupim vêm se espalhando, através de navios, para o resto do mundo.

O C. brevis é típico de construções humanas. Dificilmente cupins desta espécie são encontrados em árvores ou mesmo em madeiras abandonadas no exterior de construções humanas. De fato, até agora, nunca foram encontrados nos locais e ambientes citados acima, caracterizando um comportamento estritamente antropófilo.

Estes cupins são sensíveis à umidade e, portanto, à perda de água. Esta sensibilidade é tamanha que suas fezes são formadas por pelotas fecais secas, comprimidas durante o processo de excreção, a fim de não perder água no processo de eliminação de impurezas orgânicas.

Estas fezes ficam armazenadas em uma câmara no ninho e podem ser usadas para fechar canais que eventualmente não estejam mais sendo utilizados pelos cupins ou até mesmo para fins de defesa.

Periodicamente, por causa do acúmulo de fezes, os cupins as eliminam sob a forma de uma "chuva" típica. As fezes se acumulam, assim, logo abaixo do orifício de eliminação, ao longo da peça atacada. Este é o mais típico sinal de infestação por cupins de madeira seca. Após a eliminação das fezes, o orifício formado (de formato circular com diâmetro de cerca de 1-2 mm) é então novamente fechado.

As fezes apresentam o formato de pequenos grânulos ovalados (0,5 mm de comprimento). Quando são observados com lupa, é possível verificar 6 reentrâncias causadas pela impressão dos músculos retais nas paredes das fezes.



Os orifícios de eliminação são posteriormente fechados com uma membrana fina de material lenhoso, que é periodicamente aberta para novas eliminações. Assim eles não perdem água e tampouco permitem a passagem de invasores.

O soldado deste cupim apresenta uma cabeça dura e volumosa (do tipo fragmótica cilindróide e truncada na frente), de cor castanho avermelhada, escura a quase negra, que contrasta com o colorido esbranquiçado do resto do corpo. A cabeça é utilizada para obstrução dos canais, quando é necessário defender o ninho.

Suas revoadas são geralmente noturnas (início da noite), sendo que, pelo fato de terem poucos indivíduos, são revoadas pequenas e discretas, contendo por vezes algumas dezenas de indivíduos. Os alados saem por orifícios feitos pelas ninfas, que podem ser os mesmos feitos para eliminação das pelotas fecais.





Os casais formados após a revoada instalam-se diretamente na madeira, através de furos de prego, encaixe de peças, frestas, etc. Nas colônias maduras, a rainha é apenas ligeiramente maior que o rei.

As colônias de cupins de madeira seca não apresentam operários verdadeiros. As ninfas de último estágio desempenham este papel na colônia. No processo de construção do ninho, as ninfas normalmente seguem os veios da madeira, construindo câmaras e galerias interligadas por canais de comunicação estreitos, que podem ser fechados no caso de ataque de inimigos ou outras razões.

As paredes das galerias e  túneis são aveludadas, como se revestidas por uma fina camada de poeira. É possível encontrar-se pelotas fecais distribuídas nas galerias ou câmaras, até que sejam eliminados. No entanto, nunca encontra-se solo dentro das galerias.

Uma colônia de C. brevis cresce lentamente. Para se ter uma idéia, um ninho formado por um casal de cupins, apresenta um ano após o acasalamento, cerca de 3 a 4 ninfas, 1 a 2 ovos e nenhum soldado.

Danos

Por estarem restritos à peça atacada e por terem um comportamento avesso à luz, os cupins de madeira seca apresentam sinais externos de ataque bastante discretos.

No entanto, não se deve subestimar os danos potenciais causados por este cupim, pois quando se percebe efetivamente o dano, o prejuízo já é grande.

De fato, em madeiras submetidas a infestações por um tempo prolongado, restará apenas uma fina superfície externa intacta, quebradiça e outras poucas divisórias internas, separando câmaras espaçosas.

É assim que muitas vigas de sustentação de telhados de residência ficam quase que totalmente ocas e sucumbem, ocasionando o desabamento do telhado.

Como cupins são espécies sensíveis, dificilmente infestam peças de madeira que apresentem movimento constante, uma vez que este movimento pode esmagá-los antes de conseguirem abrigo através de uma fresta.

Assim objetos como cadeiras, portas e janelas normalmente não são atacadas pelo mesmo.
Quando infestam peças que são móveis, o ataque é discreto, podendo formar colônias completas no interior da peça, mesmo as de menor tamanho.

Esta capacidade de habitar peças facilmente transportáveis, sem apresentar sinais externos de ataque, favorece sua dispersão quando as peças são transportadas a diferentes regiões geográficas.


Dentre as peças mais comumente atacadas pelo cupim de madeira seca, destacamos o batente de portas e janelas (que ficam fixo, sem movimento, em contato com a parede), móveis e armários embutidos, rodapés e forros de madeira.

Estantes com livros que não são movimentados periodicamente podem ser objeto do ataque destes cupins. Assim, um dos procedimentos aconselhados para a manutenção de acervos culturais, é a sua constante movimentação e limpeza, a fim de evitar o estabelecimento de colônias nestas peças.





Fonte: Texto publicado com autorização do Eng.Agr. Msc. Marcos Potenza, do Biólogo Msc. João Justi Júnior e do Biólogo Francisco José Zorzenon, Pesquisadores do Instituto Biológico de São Paulo.

domingo, 13 de outubro de 2013

Cupim de Madeira Seca

Os cupins são insetos conhecidos por nós pelo hábito de se alimentarem preferencialmente de celulose, atacando por esta razão papéis, livros, estruturas de madeira, ou qualquer outro material derivado deste composto (polímero).

Os cupins existem na Terra há muito mais tempo que o próprio homem, sendo que restos fossilizados destes insetos já foram encontrados em formações geológicas datadas de 55 milhões de anos. Durante todo este período, os cupins têm desempenhado um papel fundamental no meio ambiente, na decomposição de matéria orgânico ao solo, contribuindo para a incorporação de nutrientes e fertilidade do solo.



No entanto, desde que o homem começou a construir habitações ou estruturas de madeira, é que se conhecem os danos causados por este inseto. A própria denominação "cupim" é mais antiga que o Brasil, tendo sua origem na língua Tupi e significando "montículo", em referência ao formato do ninho de uma determinada espécie de cupim encontrado no interior do Brasil.

É interessante frisar, porém, que existem muitas espécies de cupins e sua fonte de alimento pode variar bastante - existem cupins que comem raízes de plantas ou fungos, por exemplo. 

Desta maneira, é importante saber identificar a espécie a ser controlada, diferenciando cupins que não causam prejuízos ao homem (úteis na manutenção da cadeia alimentar na natureza) dos cupins que causam danos ao patrimônio privado, histórico ou cultural do homem.

O texto que apresentamos aqui procura ajudá-lo na identificação dos cupins e dos danos que causam, contribuindo para que encontre uma solução para os eventuais casos de ataque.





Conforme comentamos, existem muitas espécies de cupins que podem ser agrupados de diferentes maneiras. Como o próprio nome indica, os cupins de madeira seca são os cupins que fazem o ninho na madeira seca, ou seja, a colônia encontra-se na madeira seca que, ao mesmo tempo, serve de abrigo e de alimento.  



Fonte: Texto publicado com autorização do Eng.Agr. Marcos Potenza, Pesquisador do Instituto Biológico de São Paulo.